“De todos
os dilemas em que a vida me colocou, sobrevivi.” Escrevi essa frase em 06
de novembro de 2015 (quando completei 23). Dois anos depois,
em novembro de 2017, fiz outra: “a vida tem mania de nos testar, e nos
fazer morrer — pra então acordarmos e mudarmos.”
A vida
continuou testando, empurrando, moldando — e eu, mesmo cansada, continuei, a
vida é isso. Mas esse foi um ano que doeu, um daqueles em que a gente grita por
dentro e ninguém ouve.
O não gostar de aniversários não cede
— nunca soube o que fazer com tanta atenção virada pra mim. Talvez eu comemore
de um jeito silencioso — dentro, não fora. Sempre fico reflexiva
diante do tempo — 23, 25, 33… e quase sempre a mesma pergunta ecoa: “O que foi conquistado?”
É verdade — a virada de ano traz seus
clichês de renascimento, de renovação, de mudança... e, pela primeira vez em
muito tempo, acho que tudo isso me serviria bem. Conscientemente, admito:
não gosto de envelhecer. É estranho perceber que ficamos com menos um ano na caixinha,
assustador pensar que todo fim se aproxima — mas uma coisa preciso admitir, conscientemente
de novo, estou aprendendo a lidar com pontos finais. E esse ano… foi cheio
deles. Quem sabe, assim como lidar com os pontos finais, antes de novembro esse
“não gostar de aniversários” mude.
Ao som de Pearl Jam - no aleatório!
sam.