24 outubro, 2025

Entre o meu caos e a tua calmaria

Eu queria ouvir sobre seus amores,
e te fazer ouvir sobre os meus desamores.
Eu queria saber das tuas dores,
e te pedir ajuda pra realinhar as minhas.
Eu queria dividir a conta,
dividir a cama.
Eu queria saber teu signo,
e brincar de contar estrelas.
Eu queria me embriagar de você,
e não ter ressaca na manhã seguinte.
Eu queria te mostrar a melhor parte de mim,
e saber como é a tua pior parte.
Eu queria te descobrir,
te desvendar, te acompanhar e te amar.

Ao de som Coisas naturais - Marina Sena

Antes de Novembro

“De todos os dilemas em que a vida me colocou, sobrevivi.” Escrevi essa frase em 06 de novembro de 2015 (quando completei 23). Dois anos depois, em novembro de 2017, fiz outra: “a vida tem mania de nos testar, e nos fazer morrer — pra então acordarmos e mudarmos.”

A vida continuou testando, empurrando, moldando — e eu, mesmo cansada, continuei, a vida é isso. Mas esse foi um ano que doeu, um daqueles em que a gente grita por dentro e ninguém ouve.

O não gostar de aniversários não cede — nunca soube o que fazer com tanta atenção virada pra mim. Talvez eu comemore de um jeito silencioso — dentro, não fora. Sempre fico reflexiva diante do tempo — 23, 25, 33… e quase sempre a mesma pergunta ecoa: “O que foi conquistado?”

É verdade — a virada de ano traz seus clichês de renascimento, de renovação, de mudança... e, pela primeira vez em muito tempo, acho que tudo isso me serviria bem. Conscientemente, admito: não gosto de envelhecer. É estranho perceber que ficamos com menos um ano na caixinha, assustador pensar que todo fim se aproxima — mas uma coisa preciso admitir, conscientemente de novo, estou aprendendo a lidar com pontos finais. E esse ano… foi cheio deles. Quem sabe, assim como lidar com os pontos finais, antes de novembro esse “não gostar de aniversários” mude.

Ao som de Pearl Jam - no aleatório!

sam.