Poderia ser apenas um sonho. Ou não.

Me olhava como se quisesse me ter, me observava dos pés ao coração, sem esquecer também do olhar. Aquele velho olhar de escorpião. Trocamos goles de palavras e tragadas de beijos, e quando percebemos já estávamos embriagados um ao outro. As estrelas e a lua assistiam de camarote um romance que ali poderia crescer. Acontecer. Os trechos de contos e pedaços de canções se misturavam entre nossas conversas, e começávamos a nos desvendar. Logo eu, que me prendia tanto, me deixei ser desvendada. Por um desconhecido. Suas mãos se afogavam nas minhas, era como se pedissem proteção. E eu que mal sei cuidar de mim... - tentei não apertá-las com muita força. Esperamos o nascer do sol, assim a despedida seria mais fácil. Depois de ver aquele brilho, o coração fica mais sereno, e mais forte para aguentar a perda. Não trocamos telefones, e-mail e nem data para outro encontro. Fechei seus olhos, lhe dei um beijo, e pedi para não esquecer daquele momento nunca. Quando ele os abriu eu já havia partido.

E aquele sorriso, vai ficar guardado sempre no meu coração, seu moço.

k.samantha