Um breve relato sobre a partida. [Colecionando relatos - 3]

Ao som de Adeus você, repetidas e repetidas vezes.

O dia passou lento naquele dia, o sol ardia o corpo - dentro e fora. Quando anoiteceu, a lua havia sumido, deixou algumas estrelas vagando sobre o céu escuro. Houve a partida. Desde então as palavras se esconderam; as desculpas se ocultaram e não chegaram a ela. Nem ao outro. As palavras dispersas e presas em ambos corações angustiavam os sentimentos que ainda haviam neles. 

Fácil é despedir, difícil é se desprender. Ainda sonham um com o outro, dias sim, outros não. Talvez sinais, ou ensaios das tais palavras que ficaram a serem ditas, para quando o destino pregar mais uma peça neles.

Ela costuma procura-lo em livros, músicas ou esquinas tortas por onde costuma andar. Ele sempre finge que a encontra em outras, quando sai vagando a noite, sempre finge encontrar seu cheiro, seu sorriso e suas meias palavras em bocas desconhecidas. Mas nunca se encontram. Dessa vez o adeus soou tão alto, que ambos pararam para ouvir. A despedida os deixou mudos. E assim permaneceram. E assim permanecerão.

"E não pensa que eu fui por não te amar" ♫